Região Sul participa com 11 carros na 22ª Baja SAE BRASIL-Petrobras, este ano com mudanças

As três instituições de ensino que alcançarem as melhores pontuações na soma geral de todas as provas poderão representar o Brasil na competição Baja SAE Tennessee Tech, de 14 a 17 de abril de 2017 em Cookeville, Tennessee, EUA.

Das 11 equipes inscritas que representam a região Sul, seis são do Rio Grande do Sul, três do Paraná e duas de Santa Catarina. A região é a terceira em número de equipes inscritas este ano, depois do Sudeste e do Nordeste, 1º e 2º colocados nesse ranking com 44 e 13 times inscritos, respectivamente.
O aumento da aplicação de materiais como fibra de carbono e alumínio aeronáutico se configura como tendência este ano entre as equipes do Sul, para tornar os carros mais leves e ao mesmo tempo garantir a resistência nos testes mais severos. Algumas introduziram recursos como redução de tubos na estrutura do veículo, outras inovaram com o uso do aço cromo molibdênio, liga permite a produção de peças tão resistentes quanto às de aço carbono, com redução considerável no volume de material aplicado.
Rio Grande do Sul – Veterana na competição, da qual participa desde 2006, a equipe Sinuelo FAHOR (Faculdade Horizontina) tem 22 estudantes e apostou na confiabilidade do projeto, chamado Baja Sinuelo V. “Investimos em um produto que tenha a capacidade de resistir às provas sem dano ao veículo, modificamos componentes no sistema de freios para facilitar a frenagem e alteramos a relação de transmissão para maior velocidade, entre outras várias pequenas, mas, importantes modificações”, diz Renan Carlos Weber, 21 anos, 9° Semestre Engenharia Mecânica. O projeto do Baja Sinuelo V começou em 2013 e deu à FAHOR a 27ª colocação na classificação geral na competição em 2015, entre 76 equipes.
Paraná – Estreante na competição nacional, a equipe Procobaja (Universidade Tecnológica Federal do Paraná, campus Cornélio Procópio) participou do Baja pela primeira vez em 2015, na Etapa Regional Sul. “Nossa maior motivação é acreditar no potencial que temos, e não medimos esforços para que esse carro saísse do projeto”, diz Caio Guizelini Ferreira da Silva, 22 anos, 2°ano de Engenharia Mecânica. Focada em aspectos de dirigibilidade, aerodinâmica e integridade estrutural do carro, a equipe desenvolveu estudos sobre componentes da suspensão e direção, design e estrutura do veículo, por meio de recursos de softwares de simulação. “Mudamos completamente a geometria da direção do carro e também a suspensão, além de termos feito um chassi com distância entre eixos menor”, revela Caio. Para ele a maior dificuldade da equipe foi a indisponibilidade de itens necessários para a construção do protótipo: “Usamos a Internet para comprar por conta da distância que estamos dos grandes centros comerciais”, diz.
Santa Catarina – Quinta colocada em 2015 a equipe Udesc Velociraptor Baja SAE (Universidade do Estado de Santa Catarina) apostou em mudanças na suspensão do carro para permitir maior amplitude de ajustes, e na redução de massa pela aplicação de novos materiais como policarbonato e aços de alta resistência. Para o aprimoramento da estrutura do protótipo a equipe usou um novo software para chegar à “geometria ótima” com base em parâmetros e condições de contorno pré-definidas. “A melhora progressiva da equipe é um grande motivador, porém o principal objetivo é o conhecimento agregado”, aponta Matheus Rizzieri, 22, 4º ano de Engenharia Mecânica.

O Baja – O Baja SAE é um protótipo de estrutura tubular em aço, monoposto, para uso fora de estrada, com quatro ou mais rodas e motor padrão de 10 HP, capaz de transportar pilotos com até 1,90 m de altura e até 113,4 kg. Os sistemas de suspensão, transmissão e freios, assim como o próprio chassi, são projetados e construídos pelas equipes, responsáveis pela viabilidade econômica do projeto. “As competições estudantis da SAE BRASIL desafiam os jovens a praticar o que aprenderam na sala de aula e muito mais, pelo exercício da gestão de projeto em todos os seus aspectos”, analisa Frank Sowade, presidente da SAE BRASIL.

FONTE: COMPANHIA DA IMPRENSA