Qualidade em toda cadeia não pode cair
Não existe mercado que resista à falta de qualidade. Todos os elos da cadeia automotiva precisam ter consciência da importância de preservação desse fator em seus produtos e processos na sua rotina, mas ainda mais em tempos de extrema dificuldade como o atual. Afetadas pela instabilidade econômica, indústrias brasileiras cortam pessoas aqui e reduzem treinamentos ali enquanto outros mercados operam a todo vapor e avançam a braçadas na chamada competição global.
O setor precisa aumentar os esforços para que, em hipótese alguma, a qualidade de nossa indústria seja prejudicada, mas mantida e aperfeiçoada mesmo em momentos de baixa, afinal o mercado global de veículos não espera, mas responde às nossas chamadas, exigindo cada vez melhores produtos, processos e pessoas. Hoje, por exemplo, empresas com capacidade de exportação conseguem realizar negócios muito em função da qualidade.
E mais: vamos fazer um exercício de olhar adiante. Na retomada do crescimento, possivelmente postos de trabalho precisarão ser preenchidos. Certamente não será tarefa das mais fáceis. Até as empresas conseguirem ter de volta profissionais especializados, que hoje já migram para outras indústrias ou atividades, e montar equipes com expertises e conhecimentos requeridos, os prejuízos provavelmente sejam maiores do que os ganhos.
Com o objetivo de justamente debater a qualidade como requisito para a competição no mercado global de veículos, lideranças de todos os elos da cadeia – autopeças, montadoras, distribuidores, oficinas, concessionárias, entidades setoriais, consultorias e governo – estarão reunidas dia 19 setembro, em São Paulo, para o 4º Fórum IQA da Qualidade Automotiva.
Participarão deste fórum presidentes recém-empossados, como Antonio Megale (Anfavea), Dan Ioschpe (Sindipeças) e Luis Fernando Panelli (Inmetro), que darão visões atualizadas sobre os negócios e as preocupações com a qualidade; assim como o presidente Antonio Fiola (Sindirepa) e o vice-presidente Gláucio Geara (Fenabrave), que darão contribuições a partir de suas largas experiências à frente das entidades.
Diretores de empresas fornecedoras de autopeças ainda participarão de painel, que discutirá a evolução dos padrões de qualidade na cadeia de produção.
Consultorias internacionais também estarão presentes. Rodrigo Custódio, diretor da Roland Berger, apresentará receitas para ganhos de competitividade e avanços no mercado internacional. Já Marcelo Cioffi, diretor da Price Waterhouse, abordará pontos essenciais de programas da qualidade para debater a equação da qualidade automotiva.
Especialistas vão abordar as normas que fundamentam sistemas da qualidade, a nova ISO 9001:2015 e principalmente a nova ISO TS 16949, que está sendo revisada. Uma nova versão deve ser lançada no final deste ano e vai movimentar todo o setor. Fazer a migração será uma corrida e tanto porque as empresas deverão implementar os sistemas da qualidade, provavelmente, no momento de retomada do crescimento.
Pela primeira vez o Sebrae estará presente no encontro. Hulda Giesbrecht, analista do Sebrae Brasília, falará sobre os esforços da entidade para incentivar as micro e pequenas empresas a implementar sistemas da qualidade. Entre as lideranças também estará o alemão Ehrhard Werner Wolfgang Thiel, diretor de Projeto para Caminhões da Mercedes-Benz, que falará de sua vivência no Brasil e no Exterior para debater os caminhos para a adoção de padrões internacionais de excelência.
O 4º Fórum IQA da Qualidade Automotiva será uma rara oportunidade de ouvir a cadeia automotiva como um todo e fazer uma interface entre todos os segmentos. E mais: será a chance de traçar estratégias para aumentar a competitividade e conquistar oportunidades de exportação. O convite está feito. Rumo aos trabalhos!
FONTE: Companhia de Imprensa